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Cabo Verde – Da descoberta à atualidade

Cinco séculos depois da sua descoberta, Cabo Verde enfrenta agora o desafio do progresso e do crescimento. No contexto presente de estabilidade e paz sociais, o país goza de credibilidade junto de governos, empresas e instituições internacionais, o que contribui para o relançamento da sua economia e, consequentemente, para o progresso da nação.

 

O conhecimento destas ilhas é, provavelmente, anterior à fixação no arquipélago por parte dos portugueses. Descritas como inicialmente desabitadas, as primeiras ilhas a serem descobertas foram provavelmente Santiago, Maio, Boa Vista e Sal, em 1460, pelo veneziano Cadamosto ao serviço da coroa portuguesa. As ilhas de Brava, São Nicolau, São Vicente, Rasa, Branca, Santa Luzia e Santo Antão terão sido descobertas, em 1462, por Diogo Afonso.

Este ano, é também marcado pela chegada dos primeiros colonos, sendo as ilhas de Santiago e Fogo as primeiras a serem povoadas. Na ilha de Santiago é então fundada a primeira cidade construída por europeus nas colónias, a Ribeira Grande.

Para incentivar a colonização, a corte portuguesa estabeleceu uma carta de privilégio aos moradores de Santiago no incentivo do comércio de escravos da Costa da Guiné. Os escravos eram capturados e levados para o arquipélago, de onde seguiam mais tarde para trabalhar nas produções de cana-de-açúcar, café e algodão, quer no Brasil, quer nas Antilhas.

Cabo Verde tinha então uma situação estratégica fundamental, não apenas para a exploração da costa africana e do caminho marítimo para a Índia, mas também para o tráfego de escravos, o qual conhece um período áureo entre os séculos XVI e finais do século XIX.

Enquanto decorria uma intensa atividade mercantil, acontecia também o processo de fusão de raças e culturas. De facto, muitos dos primeiros colonos brancos foram expulsos para Cabo Verde sem as suas famílias e estabeleceram ligações com mulheres escravas.

Vários destes colonos (ou seus descendentes), mudaram-se para a Alta Guiné, criando uma classe de intermediários – os “lançados” – que viria a desempenhar um papel fulcral na expansão do tráfico de escravos, e consequentemente, no lugar de destaque que Cabo Verde ocupou na história da economia da África Ocidental. Um grande número de “lançados” chegou mesmo a casar com mulheres africanas, como forma de consolidar a sua posição social em várias sociedades da região e, por diversas ocasiões, os seus interesses políticos e económicos chocavam com os dos portugueses.

No final do século XV, Cabo Verde produzia milho, fruta, legumes, algodão, anil e gado. Estava em franca expansão a apanha e comercialização da urzela e do sal.

Contudo, com o domínio espanhol em Portugal (1580-1640), a situação económica do arquipélago agrava-se, nomeadamente devido aos ataques dos piratas ingleses, holandeses e franceses, que atacavam embarcações e cidades, raptando e destruindo, mas que, ao mesmo tempo, proporcionavam aos escravos oportunidades de fuga para as regiões interiores remotas onde se vão formando comunidades de africanos livres conhecidos como “badios” (vadios). Dos diversos atacantes, destaca-se o famoso corsário inglês, Sir Francis Drake que, no século XVI, saqueia e queima a Ribeira Grande. É, aliás, devido à grande vulnerabilidade aos ataques exteriores que, no século XVII, a capital de Cabo Verde é transferida da Vila da Ribeira Grande, para um local militarmente mais defensável, a Praia. Os ataques de piratas prolongaram-se até ao princípio do século XVIII.

No século XVIII os portos de Cabo Verde, voltam a adquirir uma grande importância para as navegações de longo curso que cruzam esta zona do Atlântico. A caça à baleia, a partir do final do século contribui igualmente para reanimar os seus portos.

Entre as culturas que são introduzidas, destaca-se a do cultivo do café em 1790, primeiro na ilha de S. Vicente e depois nas restantes. No entanto, a aridez do território e a extrema irregularidade do clima, tornaram-se um sério obstáculo ao seu desenvolvimento.

Apesar dos acordos entre Portugal e a Inglaterra para a proibição do tráfico de escravos, mesmo depois da sua interdição a norte do equador (1815), esta atividade comercial prospera na região. Barcos espanhóis, franceses, brasileiros e ingleses, escalavam os portos de Cabo Verde cheios de escravos para o Brasil, EUA, Cuba e outros lugares com os quais os portugueses mantinham relações comerciais.

O fim efetivo do comércio de escravos, no século XIX, provoca uma profunda crise nas ilhas. Também o desenvolvimento de plantações, acaba por ter efeitos devastadores no ambiente: a destruição de enormes manchas florestais para dar origem a explorações agrícolas agravam as condições climatéricas em períodos de seca.

Cabo Verde, atravessa, então, vários períodos de crise que se prolongam através dos séculos, estimando-se que mais de 120.000 pessoas tivessem sido vítimas de fome e seca entre 1774 e 1975. Estas condições, impulsionadas com a abolição do comércio de escravos em 1876, levam a que o interesse comercial do arquipélago diminua drasticamente, passando a vida local a assentar numa economia de subsistência.

Cabo Verde assiste então à fusão definitiva entre europeus e africanos num único povo, o cabo-verdiano, detentor de formas de estar e de viver muito próprias, tendo o crioulo como seu idioma principal.

A partir do século XIX, a única atividade que começa a demonstrar capacidade de proporcionar alguns benefícios à economia local é a exploração do sal nas ilhas salineiras de Maio, Boa Vista e Sal, agora sob o controlo dos seus habitantes que, desta forma, passam a fornecer este bem aos estrangeiros em condições mais vantajosas que anteriormente.

A posição estratégica de Cabo Verde, torna-se um ponto de escala obrigatório para os navios que se deslocam de, e para o atlântico sul. Devido a esse facto foram então feitos importantes investimentos no arquipélago. Entre os mais significativos destaca-se a colocação de faróis, e sobretudo a reconstrução do Porto Grande do Mindelo (Ilha de S. Vicente), para o abastecimento dos navios de carvão e óleos, em 1885. A atividade portuária acabou por se tornar numa significativa fonte de receitas do arquipélago. Nesta época foram também amarrados os cabos submarinos (Western Telegraph Company, em 1874), ligando Cabo Verde (Praia da Matiota em S. Vicente) à Madeira e depois ao Brasil. Em 1886 Cabo Verde ficou ligado a África e à Europa através de cabo submarino.

Ainda assim, e em consequência das muitas e variadas dificuldades que o arquipélago enfrenta, é iniciado nesta altura um dos fenómenos mais marcantes da história de Cabo Verde: a emigração.

Secas prolongadas e epidemias continuaram a provocar milhares de mortes e uma enorme emigração. A partir de 1880, estes emigrantes constituem já importantes comunidades permanentes nos portos baleeiros dos EUA, como New Bedford, Providence, Nova Inglaterra, etc.

Em finais do século XIX, dezenas de milhares de cabo-verdianos começaram a ser compelidos ao trabalho forçado nas plantações de São Tomé e Príncipe. Entre 1900 e 1922, por exemplo, foram enviados para as plantações de São Tomé 23.978 cabo-verdianos, prática que se prolongou até 1974.

Nas primeiras décadas do século XX, Cabo Verde, conhece um singular desenvolvimento cultural e educativo, o que contrastava com a sua pobreza económica.

Ainda sob o domínio colonial, concretamente depois da instalação da ditadura em Portugal em 1926, e apesar de alguns investimentos portugueses, o arquipélago continua a denunciar a falta de um interesse sustentado nas suas condições de vida. Prova disso é a marcha organizada em Junho de 1934 por Nho Ambrosino, um chefe local popular, que encabeçou um grupo de manifestantes através das ruas de Mindelo, em São Vicente. Este grupo, empunhando bandeiras pretas, manifestou-se contra a falta de resposta do Governo às crescentes condições de fome, saqueando depósitos de alimentos e estabelecimentos comerciais, num acontecimento recordado na arte e na canção cabo-verdiana como a “revolução do Capitão Ambrósio”.

A partir dos anos quarenta, vão acontecendo algumas revoltas espontâneas por parte de uma pequena fação do povo rural “badiu” da Ilha de Santiago, contra o Catolicismo Português e a administração colonial. Este grupo assume um movimento de cariz político a partir dos anos 60, sendo os seus membros chamados de “rebelados” e aderindo ao PAIGC, criado por Amílcar Cabral.

A luta pela independência eclode em 1964 na Guiné, que, conduzida por Amílcar Cabral, pretende construir uma pátria comum com a Guiné. A economia Cabo-verdiana manteve-se ao longo de décadas deficitária, apesar da proteção que gozam os seus produtos em Portugal.

O derrube da ditadura em Portugal, a 25 de Abril de 1974, precipitou a independência de Cabo Verde e da Guiné-Bissau. No dia 26 de Agosto de 1974, em Londres e depois em Argel, o governo português reconhece o Estado da Guiné-Bissau, assim como o direito de Cabo Verde à independência. O PAIGC é também reconhecido como o único e legítimo representante dos povos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde. Em Dezembro de 1974, o PAIGC e Portugal assinam um acordo que instaura o governo de transição que virá, mais tarde, a preparar as eleições para a Assembleia Nacional Popular que, a 5 de Julho de 1975, treze anos depois do início da luta armada, proclama a independência do país.

Cabo Verde passou depois de 1975 a ser governado em regime de Partido único, segundo um modelo de inspiração marxista. Dadas as dificuldades económicas procurou seguir uma escrupulosa política de não alinhamento por nenhum dos blocos políticos em que o mundo se dividia. Algumas políticas pouco adequadas agravaram, contudo, nos anos oitenta, os problemas do país.

A unificação com a Guiné é abandonada em 1980, na sequência de um golpe de estado. O PAIGC dá lugar ao PAICV, restringindo a sua ação a Cabo Verde.

Em 1991, foi finalmente estabelecido um regime democrático. Em Janeiro deste ano, nas primeiras eleições livres do país, Aristides Pereira foi afastado da presidência. Apesar das enormes dificuldades, Cabo Verde apresenta hoje um panorama económico e social bastante promissor.

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